sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

A vocês, que vos quero bem.

Há mais ao menos um ano atrás, fui abordado por uma amiga que partilhou comigo alguns acontecimentos estranhos que se estavam a passar para além da "normalidade" da sua vida. Na altura, ainda casado, tive oportunidade de falar contigo e ambos chegamos á mesma conclusão: vai dar asneira! Em Agosto, fui confrontado novamente com um problema semelhante de uma outra amiga.
Em Dezembro, com outros contornos, ouvi a mesma história.
E hoje, por uma outra boca, voltei a ouvi-la.
O ponto de ligação entre todas estas histórias de pessoas que não se conhecem entre si é a falta de honestidade e lealdade. Quem ler estas linhas irá pensar que sou um Santo. Não sou. Tanto não sou que durante a maior parte da minha vida de "adulto" eu também fui assim, desonesto e desleal, comigo e com quem me acompanhava na altura. Perdem-se companheiros, maridos, mulheres, amigos e amigas. A troco de quê? Relembro que não encontro legitimidade nenhuma para ensinar a doutrina, mas posso partilhar convosco a minha experiência. Ao que é enganado (como já fui) resta ouvir, tentar entender e, sobretudo, não julgar! Tomar uma decisão, mas sem a necessidade de recriminar, de julgar o outro (sabe Deus como é que o outro se sente...). Ao que engana (porque também já
enganei), vivamente aconselho, a ti que vives hoje desenquietada pela asneira que fizeste ontem, que baixes a cabeça e peças desculpa. Procura explicar-te e justificar as tuas razões. Não te escondas e vai de peito aberto! Não fujas para um buraco porque isso nada ajuda! Ser-se Grande implica isso mesmo, estar cá para dar a cara! Vi-te hoje sofrer, vejo-me a mim sofrer todos os dias, torturado pelo massacre que é o arrependimento. A ti e a ti, que me acompanharam e acompanham ainda hoje e porque vocês não merecem nem nunca mereceram, aceitem o meu pedido de desculpas. Que é sincero. Quem me conhece sabe que fui (e estive tentado a escrever "sou", mas tento hoje não ser) um poço de contradições emocionais. Fiz muita asneira, magoei, manipulei, menti, joguei sujo mas percebi que nada disso é correcto. O preço por uma boa queca, esse bife sucolento coberto por um molho de natas e cogumelos frescos (ou para os mais light, um belo robalo grelhado acompanhado de legumes cozidos!), é demasiado alto quando se tem outra pessoa. Arrependo-me, hoje sim, arrependo-me porque tenho consciência de que se não estava bem deveria ter-te deixado seguir o teu rumo para que fosses feliz. Arrependo-me ainda mais de te ter desinquietado de cada vez que eu estava mal.
A ti, que nunca me abandonaste (apesar de achares que sim!), agradeço-te do fundinho do meu coração os puxões de orelhas que na altura certa me deste! Me deste, me dás e espero que continues a dar porque apesar de ás vezes reagir mal, eu sou um bom menino (e tu orgulhaste muito disso, verdade?!).
Sejam verdadeiros, procurem a felicidade e não vivam a mediocridade de se ser pequeno!
Parabéns a ti, que te assumes como és! És verdadeira! És feliz contigo mesma!



3 comentários:

Anônimo disse...

Não estou bem certa mas penso que todos precisamos de alguns limites. É a velha questão do público e do privado ...
A falta de honestidade e de lealdade não será connosco mesmos?

Eu mesmo, envolto numa neblina densa de fumos entorpecedores disse...

Se calhar esse é o primeiro passo!

Miss Libido disse...

Amigo, é preciso coragem para assumir erros publicamente e fazer um Mea Culpa honesto.

Quanto às tuas amigas em aflição - às vezes as coisas e as pessoas são só o que são e nao mudam.
Às vezes nem valer a pena sequer trata-las mal, porque... nao vale a pena o desgaste e o tempo.
Há gente que nunca vai mudar - eles e elas, apesar da capa de muita honestidade e lealdade que acreditam que usam; no fim, descobre-se que são apenas enfeites de Carnaval!
Gozem o dia, todos, que eu vou fazer o mesmo...

Mas parabens pelo teu acto de "estou aqui".
Eu estarei sempre - para quem merece!