segunda-feira, 17 de março de 2008

Ó Sr. Fulano!

De todas as expressões que te caracterizam, o "Ó Sr. Fulano..." quando te referias a alguma personagem das tuas inúmeras peripécias, foi sem dúvida a que mais me marcou. Elas eram tantas... "Ó Irene, caramba! Não me chateies!", quando não querias tomar os medicamentos; "Ó Irene, traz-me as pinóias!", quando querias adoçante; o inconfundível "Olha o Cabeça de porco!", quando te referias ao Pinto da Costa; "Essa besta!" quando falavas do Presidente do Sporting; "O preto!", vulgo António Costa; "Rai's parta o cão!", quando o Stick decidia lamber-te as orelhas ou por-se á tua altura.
De facto, as tuas expressões são mais que muitas e cada uma mais genuína que a outra.
Mas não são só as expressões que te caracterizam... os hábitos também: o fechar da água e do gás sempre que saías de casa, a fita-cola no sintonizador do rádio para que ninguém te trocasse a estação, as chaves devidamente ordenadas no chaveiro, o verificares tudo pela tua mão (ás vezes mais do que uma vez...), a escolha do bacalhau para o Natal (e claro que tinhas de o ser tu a cortar!), o abrir de boca de sono mais barulhento da história universal, o "Que merda!" sempre que espirravas (e espirravas sempre duas vezes seguidas...), o registo de todas (mas mesmo todas...) as despesas na tua agenda de bolso, o misturares água com o vinho tinto, a mania de conduzir de noite sempre com os máximos ligados.
A lista é infindável. Os teus defeitos (que hoje sei que não eram defeitos, mas sim feitio) nunca fizeram com que as pessoas gostassem menos de ti. Bem pelo contrário, as pessoas olhavam para ti com respeito e com o carinho próprio de quem olha para um avô resingão.
Á minha mente vêm todas as nossas conversas mais acesas. Á minha mente vem o prevalecer da minha vontade só porque achava que as coisas não tinham de ser ao teu ritmo e só porque te apetecia - lembro-me em concreto do teu pedido generalizado á familia para que te levassem ao barbeiro só porque antes do almoço te apeteceu ir fazer a barba! E alguém te levou? Não... O que custava? Nada, simplesmente nada!
Sabes, apesar de não seres meu avô, gostava de ti. Ajudaste-nos muito em determinada altura da nossa vida e acho que nunca te agradeci o suficiente.
Tinhas mau feitio? Tinhas, concerteza! E depois? Hoje sei que isso não é importante.
Fico feliz com o facto de te ter ido visitar e de teres tido a consciência que os teus netos te foram ver, mas sabes, hoje, contigo, morreu também parte de mim.
Imagino-te na viagem para o céu... bem, desgraçado do motorista porque de certeza que alguma coisa já te incomodou... "Ó José, deixa lá..." dir-te-ia a D. Irene! "Deixa lá não!!" responderias!
Sabes que se eu poder fazer alguma coisa por ti, que se precisares de alguma coisa, cá estarei. A tua principal preocupação neste momento é a D. Irene, seguramente! Que não seja preocupação porque cuidaremos bem dela! Descança. Não te zangues! E de vez em quando, olha cá para baixo só para ver se estamos bem!

terça-feira, 11 de março de 2008

Chuva é bom

A chuva faz-me bem, mas só ás vezes!
Hoje, por exemplo, a chuva faz-me bem. Preguiça generalizada cá por casa é o resultado de um dia meio tristonho como o de hoje.
Tenho muito para escrever mas não me apetece. Diria mesmo que não estou inspirado.
Há dias assim.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Não me esqueci

Não me esqueci de ti, oh Blogue, companheiro de tantos e profundos momentos!
Apenas estou em silêncio. Em retiro de mim mesmo! Shame on me!!

terça-feira, 4 de março de 2008

Hoje

Hoje, não me apetece ligar a televisão apesar de a ter ligado.
Hoje, não me apetece ouvir música apesar de a estar a ouvir.
Hoje, não me apetece escrever apesar de o estar a fazer.
Hoje, não quero sangrar apesar de o paladar na minha boca ser de sangue.
Hoje, não estou! Talvez amanhã esteja! Ou quem sabe nunca mais estarei! Who knows? I really don't care!

segunda-feira, 3 de março de 2008

O que não possuo

Olho em frente. Vejo o meu LCD com a coluna central do meu Home Theatre em cima. Olho mais abaixo e vejo a minha PS3, reluzente. Um pouco ao lado, a minha Power Box á espera de receber o cartão da TV Cabo para que eu possa ver 70 canais dos mais vazio de conteúdo que existe. Olho á direita e vejo a minha salamandra, imponente e fria. Olho á esquerda, para a porta do meu frigorifico, e vejo os recuerdos que trouxe das minhas últimas viagens - a Londres e a Barcelona, tudo num espaço de duas semanas. Olho mais á esquerda - a minha aparelhagem, a Bimby, a Nespresso.
Não possuo o q
ue não quero.
E o que quero possuir, não possuo. E por muito que corra, que salte, que deixe e que espere, que te seduza, que te mostre montes e vales, praias e mares, não te consigo possuir Felicidade. É a ti que busco Felicidade, no teu estado mais puro. É aquele sorriso sincero ao acordar, um "bom dia, amor!", é o pequeno-almoço na cama, é o rir, é o sentir a outra metade preenchida, é o Tudo. É o Tudo que já me quiseram dar e eu recusei. É o Tudo que eu não soube entender nem receber.
Continuo a pensar o mesmo... mereço mais! Mas estou errado, não estou? Sinto que estou e que procuro na direcção errada. Dir-me-ão que tenho de te procurar em mim, mas para mim, no meu mais íntimo isso não faz sentido! Sentido nenhum!
Em paralelo converso com o meu mano... apaixonadissímo! Louco de amor! Escreve a sua princesa no Diário do seu Hi5: "
Ao fim de quase 3 meses, o meu coração continua a PULAR e a minha barriga enche-se de borboletas cada vez que te aproximas :) ".
Ouviste, Felicidade?? Leste, pelo menos?
Porra, como posso encontrar a Felicidade em mim?? Olhar-me no espelho e sentir comichão na barriga por causa das borboletas? Não entendo! Não entendo. Não entendo... Será que algum dia irei entender? Procuro, mas não te encontro! Eu quero ser feliz! A sério que quero! Quero viver o resto da minha vida como letra de uma canção! Quero! Quero! Quero!
Serei um eterno nostálgico? Um eterno romântico? Um eterno rezingão?

Me Deixas Louca

Elis Regina

Composição: versão de Paulo Coelho

Quando caminho pela rua lado a lado com você
Me deixas louca
E quando escuto o som alegre do teu riso
Que me dá tanta alegria
Me deixas louca

Me deixas louca quando vejo mais um dia
Pouco a pouco entardecer
E chega a hora de ir pro quarto escutar
As coisas lindas que começas a dizer
Me deixas louca

Quando me pedes por favor que nossa lâmpada se apague
Me deixas louca
Quando transmites o calor de tuas mãos
Pro meu corpo que te espera
Me deixas louca

E quando sinto que teus braços se cruzaram em minhas costas
Desaparecem as palavras
Outros sons enchem o espaço
Você me abraça, a noite passa
E me deixas louca

Será que nada disto existe? Será que este estado de espírito, este Nirvana só está ao alcance de alguns? Eu vou pertencer a esse grupo! Eu quero pertencer a esse grupo. Eu tento pertencer a esse grupo. Eu... já pertenci. Mas não perteço mais. Quem sabe, um dia eu voltarei a pertencer a este grupo? Quem sabe um dia, eu voltarei a brilhar?(!)