terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O medo gasoso

Mas afinal, de que é que eu tenho medo?
Será da solidão? De perder? De te perder? De não controlar o desenrolar dos acontecimentos? Um medo gasoso estúpido que se dissipa no ar quando confrontado...
A busca incessante da felicidade (seja lá o que isso for) não é de todo possível quando não somos felizes connosco próprios.
Acho que é por isso mesmo que eu corro. Porque não sou feliz comigo próprio. Porque não gosto de mim. Corro sem nunca me cansar, sem ter medo de cair ou tropeçar. Devoro o mundo como se não houvesse amanhã. Querendo e não querendo estar contigo, opto por estar. Acredito mesmo que de cada vez as coisas serão melhores. E são! Sempre! Ás vezes! De vez em quando! Quando não foges! Quando não estás assustada.
Não consigo dar sem ficar com a expectativa de que algum dia poderei, finalmente, receber-te.
A noite caiu e lembro-me das páginas que outrora já escrevi, das lágrimas que já derramei por ti, por ti, por ti, por ti e também por ti. Já são tantos os "ti's" que perco a cónta :)! A cónta ás lágrimas que se evaporaram mesmo antes de cair.
Será que os romances que me envolvem não resultam porque eu sou assim? Assim, como? Xii... a lista de defeitos seria interminável e mesmo antes de eu ir a meio adormeceria!!...
O que eu procuro é amor verdadeiro. Limpo. Sem jogo sujo. Sem mentiras. Sem rancores. Com transparência. Que não esteja condicionado pelo passado.
Sou mesmo um sonhador, ou como diria a minha amiga Directora, um Eterno Romântico. Procuramos (porque ela também o procura!) um amor completo e eterno. Que idílico! Que cenário mais sem sentido! Já uma vez pensei em deixar de amar e passar a viver como a maioria dos homens - olhando para as mulheres como carne para canhão. E eu que não consigo!! Nem fazer amor com uma mulher que não me atraia intelectualmente, quanto mais...
Acho mesmo que esta relação está condenada. Voltando atrás no livro das memórias, ja te tinha dito (a ti, não a ti) que não funciona se só for um a remar. Terei de te dizer também a ti isso? Pensei que já o soubesses...
(a vantagem de escrever textos grandes é que seguramente ninguém os vai ler, logo posso confortavelmente escrever e divagar... :))
O mais incrível é que tu e tu gostam de mim, mas por algum motivo eu não vos amo! Nem faço tensões! Tu e eu gostamos do que é difícil, verdade? E se não for difícil perde a pica!
Olho para o sofá onde já estiveste deitada e lembro-me de ti. Pois... e de ti e de ti! Porra... tantos "ti's" enjoam-me. Acho que me quero encontrar nos tantos "ti's" que aparecem.
Sabes o que perdeste? A minha fidelidade. Tinha decidido que ia apostar em ti, que não ia procurar mais nada além de ti. Cheguei mesmo a arrumar com alguns meios "ti's". Queria que tu fosses o meu outro lado. Mas quero mais do que aquilo que me dás. Quero francamente mais. E como corro não consigo esperar.
Era tão mais simples se eu te mentisse e fingisse que está tudo bem... Para além de ti, também tu não te importarias, verdade?
Eu sei que complico o que é simples, eu sei que procuro explicações em tudo. Só peço é que me respeites como sou e que percebas que em vez de fugires, atacando, o que eu gostava era de um mimo. Sim, porque eu gosto de mimos!

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