A tua presença
Entra pelos sete buracos da minha cabeça
A tua presença
Pelos olhos, boca, narinas e orelhas
A tua presença
Paralisa meu momento em que tudo começa
A tua presença
Desintegra e atualiza a minha presença
A tua presença
Envolve meu tronco, meus braços e minhas pernas
A tua presença
É branca verde, vermelha azul e amarela
A tua presença
É negra, negra, negra
Negra, negra, negra
Negra, negra, negra
A tua presença
Transborda pelas portas e pelas janelas
A tua presença
Silencia os automóveis e as motocicletas
A tua presença
Se espalha no campo derrubando as cercas
A tua presença
É tudo que se come, tudo que se reza
A tua presença
Coagula o jorro da noite sangrenta
A tua presença é a coisa mais bonita em toda a natureza
A tua presença
Mantém sempre teso o arco da promessa
A tua presença
Morena, morena, morena
Morena, morena, morena
Morena

A tua presença morena
Caetano Veloso

Rua,
Espada nua
Boia no céu imensa e amarela
Tão redonda a lua
Como flutua
Vem navegando o azul do firmamento
E no silêncio lento
Um trovador, cheio de estrelas
Escuta agora a canção que eu fiz
Pra te esquecer Luiza
Eu sou apenas um pobre amador
Apaixonado
Um aprendiz do teu amor
Acorda amor
Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração

Vem cá, Luiza
Me dá tua mão
O teu desejo é sempre o meu desejo
Vem, me exorciza
Dá-me tua boca
E a rosa louca
Vem me dar um beijo
E um raio de sol
Nos teus cabelos
Como um brilhante que partindo a luz
Explode em sete cores
Revelando então os sete mil amores
Que eu guardei somente pra te dar Luiza
Luiza
Luiza

Luiza
Tom Jobim

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais

Casa no Campo
Elis Regina

Carta aberta para ti

Há dúvidas que na vida não devemos ter. Ás vezes somos assombrados por fantasmas estranhos que não fazem qualquer sentido.

Há certezas que são mais do que absolutas. Certezas como, por exemplo, o peso que certas pessoas têm na minha vida, o quanto elas são importantes e o que representam para mim.

Esta mensagem é directamente para ti.

Se não sabes, deverias saber que, por muito que certas e determinadas coisas não funcionem, o teu peso, a tua importância e o que representas para mim são certezas inabaláveis. Por muito que as coisas se alterem, por muita distância que exista entre nós, por muito silêncio que nos rodeie, tu estarás sempre lá - à distância de um telefone e guardada no cantinho (tipo t5 Duplex) que é só teu.

Não adianta dizer que lamento, que gostava que a máquina passasse a funcionar, que blá blá blá, porque tu já sabes tudo isso. Sabes tudo isso assim como sabes muitooooo bem o que representas para mim.

Portar-me bem é difícil, estranho e ás vezes cruel. Mas és uma pessoa. Com sentimentos. E eu tenho que e quero (muito) respeitar-te.

O Natal

O meu Natal deste ano está estranhamente amargo... falta algo ou há algo a mais... ou... não sei!
Só sei que o meu Natal está diferente.
Falta o espírito, o calor no meu coração que me faz vibrar no Natal.
Mesmo não podendo vou mimar porque não o consigo deixar o fazer.
Hoje estou especialmente cansado! E surpreendido também! Surpreendeste-me, oh bata verde...

Fui lanchar!

Tu

Que estás hoje estranhamente de verde, a limpar máquinas, tabuleiros e outras coisas que tal... esta mensagem é para ti. Especialmente para o teu sorriso e porque gosto de te ver sorrir.
Outros momentos em que estiveste presente também me fazem sorrir! O cinto que hoje trazes faz-me sorrir!
És um doce, mas tu isso já sabes! E tens muito quem te mime! :D

Para ti, especialmente hoje e enquanto trabalhas, um beijo!

(O) Amanhã

Amanhã...

Digamos que estou voltado para o Futuro.

Promissor, curriculum's, anúncios, e-mail's, corropios, telefones, correrias, pressão, tempo.

Ontem

Ainda ontem era Natal.

O bolo-rei sem frutas cristalizadas que acabei de comer agora é do Natal do ano passado.

Recordo parte do Natal que já passou.

Penso no próximo tentando não lá chegar.

Hoje

Apetece-me escrever mas não sei bem o quê ou mesmo sobre o quê.

Simplesmente escrevo.

Tudo não faz sentido. Há mesmo um não sentido em tudo o que vejo.

Estou cansado. De tudo. De todos. De mim.

Vou. Para poder descansar melhor.

Sonho porque fechaste os olhos e sonhaste