A vida ás vezes pode ser bastante irónica. Injusta, se preferirem.
Conheci profissionalmente há pouco tempo alguém que, por não conseguir arranjar emprego na sua área – ensino!... – decidiu mudar de rumo. Cuidar e ajudar os outros na sua fase terminal de vida era o seu novo objectivo. Entenda-se fase terminal de vida a idade, estados terminais, etc.
Bom, paralelamente a esta capacidade criativa de reconversão de capacidades, a pessoa em causa (de seu nome Paula) era mãe de duas crianças, com 1 e 2 anos respectivamente, e esposa dedicada (não sei se seria, mas parecia!).
A vontade de vencer a adversidade de se estar sem emprego fez com que, ao mesmo tempo que reconvertia os seus conhecimentos, ainda adquirisse mais – desta vez na área da fisioterapia.
Na sexta-feira passada, ao regressar da Mealhada – onde o curso de fisioterapia tinha lugar – a Paula foi alvo de um acidente mortal.
A notícia chegou-me hoje por uma colega a quem também dei formação.
O que é, afinal, a vida?
É tudo assim tão importante como nos parece à primeira vista?
Valerá a pena?
Porque não dizemos quando podemos?
Porque não fazemos enquanto podemos?
Se calhar, vale a pena reflectir.